sábado, 1 de agosto de 2009

A VULNERABILIDADE DA RELIGIÃO

Em face de uma vida atribulada, repleta de tantas obrigações, quase não sobra tempo, que praticamente não nos detemos a observar a natureza quando vista por um ângulo diferente daquele oqual nossos olhos habituaram-se a perceber. Quantos processos físicos, químicos, biológicos, psicológicos, nascimentos, mortes, transformações sociais, sistemas de governo, desigualdades das mais variadas formas, etc. Ao que indica, tudo está em constante mudança, até mesmo o Universo é um resultado dessas variações ao longo das eras e não vai parar por aqui!. Ou seja, a natureza apresenta-se nutrida por uma dinâmica bem sincronizada em que cada coisa tem o seu papel assumindo em cada ato o que lhe é pertinente no palco da vida em geral.
Mas, afinal, quem é o responsável por tudo isso? Sem dúvida alguma, dizem que é Deus, isto é, para aqueles que acreditam a existência de tal Ser. Aqueles que pensam diferente evidentemente merecem nosso respeito mesmo que discordemos deles. Há muitas coisas que não ficaram muito bem esclarecidas no trilhar da humanidade ao longo desses milênios no sentido de explicar de forma racional e lógica como este Universo e demais procesos a ele conjugados surgiram. Entretanto, é conveniente admitir que uma inteligência infinitamente superior e atemporal, precedente a tudo , iniciou a dinâmica da criação, não por mero capricho, mas movido por sentimentos tão nobres que certamente estamos longe de apreendê-los em nossa atual fase evolutiva. E ainda admitindo-se que tal inteligência seja Deus, isso levaria a brotar em nós um sentimento de gratidão por tanto que temos a nossa volta. Se existe desigualdades, não é falha de Deus, porém daqueles que fazem mal uso daquilo que possuem, afinal ao entregar seus bens, nos tornamos "gerentes" do seu patrimônio e portanto responsáveis diretos e indiretos pelos acontecimentos que decorrem da sua utilização.
Desta forma, atingimos aqui um ponto singular: Por que a nossa consciência não entrever com máxima clareza que lhe é possível, está tremenda responsabilidade? Neste momento nossos olhos se voltam para a religião, pois ela tem juntamente com seus seguidores, o dever de chamar a atenção de todos para os fatos dessa natureza inegável. Esse é o grande problema, pois nos cerceiam a liberdade de pensamento e ação conscientes à luz da razão e de uma fé raciocinada, sob pena de sermos condenados aos castigos de Deus e suas demais consequencias. Assim, ao invés de desenvolvermos progressivamente a nossa fé, acabamos cultivando uma boa dose de incredulidade que varia da simples negação de certos preceitos ou ensinamentos até a sua mais completa negação que culmina no ateísmo, criando desse modo um clima de aversão a tudo que tem conotação religiosa, daí o resultado final não poderia ser outro que intolerância, incompreensão, violências, etc. Portanto, precisamos sublimar nossos sentimentos à luz da razão e de uma fé racionalizada que consegue enxergar além dos limites materiais do mundo físico e percerber que o nosso criador, seja quem for, não é um carrasco sádico e que nossas próprias ações conscientes ou não, são as causas dos nossos insucessos ou infortúnios. Sendo Deus, Pai e criador, de modo algum ele deseja o mal para nenhum de suas criaturas.

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