domingo, 31 de maio de 2009

INÉRCIA EXISTENCIAL

Segundo Aristóteles os corpos entravam e permaneciam em movimento quando submetidos à ação de forças resumidas posteriormente a uma força resultante que representava o conjunto. Séculos mais tarde, Galileu Galilei concluiu através do método experimental que mesmo sendo retirada a força resultante aplicada ao corpo, este ainda continuava o seu estado de movimento por algum tempo ao invés de uma interrupção instantânea conforme previa Aristóteles. Pelos idos do saudoso Renascimento, Isaac Newton apoiado "sobre os ombros de gigantes" elaborou um modelo matemático que descrevia e determinava acontecimentos posteriores acerca dos movimentos dos corpos conhecendo-se as condições iniciais deste. Este modelo foi escrito num trabalho intitulado Princípios Matemáticos da Filosofia Natural ou popularmente chamado de Principia(latin) e neste formalismo encontramos a citação e explicação de uma propriedade associada a movimentos e corpos classificada como Inércia. Mas o que vem a ser isso?
A inércia consiste em toda e qualquer forma de resistência oferecida pelo corpo na tentativa de lhe modificar o seu estado de movimento ou simplificadamente: aquilo que está em movimento relativo tende a permanecer nessa condição mesmo que seja submetido a uma ação contrária; por melhor que seja um sistema de freios de um veículo este não pára de imediato ao comando do pedal acionado!
Extrapolando os domínios da física clássica para os domínios da existência humana e suas intricadas formas de interação, podemos perceber de modo natural que temos os nossos momentos inérciais quando o foco que nos atinge está relacionado com o fator mudança. Esta resistência é mais profunda e tão subjetiva que não apresenta sintomas que se possa traçar perfis de comportamento coletivo na busca de um entendimento final. Cada ser esboça à sua maneira muito peculiar o seu momento de inércia e no máximo que podemos inferir é que todos os seres humanos têm seu caráter inercial como propriedade intrínseca. Quantas oportunidades dignas de nota costumamos perder pelo fato de não querermos modificar algum conceito ou posição a qual estamos bem confortados e de lá não queremos sair. Temos medo de que alguma coisa fuja ao nosso controle e que passemos a ficar dependente do acaso e de seus dissabores. Felizmente ou infelizmente a depender de como cada um encare os fatos da vida, esta geralmente nos aplica uma "força" convidando-nos à mudança em nosso estilo de levar a vida e que esta força aplicada é gradualmente administrada para que tenhamos tempo de percerber as mudanças que não tardarão a chegar. No entanto em meio às nossas intricadas interações dom os demais seres, demoramos muito a perceber os sinais de mudança que a vida nos ascena.
Muitos abusam da saúde com atitudes que a põe em risco a todo o instante; esperamos que as coisas melhorem sem contudo empreender algum esforço bem dirigido neste sentido; jovens e adultos se perdem em valorizar coisas banais acreditando que estão muito bem dessa maneira e até acham engraçado certos estilos de vida que lhe são diferentes.
Porém, cada um dos aqui presentes nesta existência, tem um propósito de vida bem definido e ela certamente cobrará seu "preço" de modo que à medida que nos distanciamos desse propósito, ela nos tira ou nos coloca em situações adversas daquelas que estamos acostumados ou confortados cuja finalidade é tão somente retornar ao curso de nosso propósito. Sob duras penas muitas vezes somos obrigados a revelia a mudar ou mudar, pois se resistirmos colocaremos nossa existência na "lata do lixo". Portanto, como seres racionais temos o dever e o direito de sermos felizes e trabalhar neste sentido constitui a nobreza das nossas existências e que fiquemos em sintonia para as pequenas mudanças à nossa volta oferendo-lhe a menor resistência possível.
Pense nisso!!!

domingo, 24 de maio de 2009

EDUCAÇÃO EM VISTA DE UM PENSAMENTO LIVRE

Texto extraído do livro "Como vejo o Mundo" de Albert Einstein em o que o notável cientista retrata o seu lado humano frente às questões que sempre em todas as épocas da humanidade levaram sistemas de governo a praticarem os maiores crimes autorizados por leis por eles mesmos criadas em nome do progresso. Einstein foi particularmente perseguido pelo regime nazista por se negar declaradamente à sua concordância.

Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque torna-se- á assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso crítico daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele assemelharar-se-á, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação a seus próximos e à continuidade.
Estas reflexões essenciais, comunicadas à jovem geração graças aos contatos vivos com os professores, de forma alguma se encontram nos manuais. É assim que se expressa e se forma de início toda a cultura. Quando aconselho com ardor "As Humanidades", quero recomendar esta cultura viva, e não um saber fossilizado, sobretudo em história e filosofia.
Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. É preciso, enfim, tendo em vista a realização de uma educação perfeita, desenvolver o espírito crítico na inteligência do jovem. Ora, a sobrecarga do espírito pelo sistema de notas entrava e necessariamente transforma a pesquisa em superficialidade e falta de cultura. O ensino deveria ser assim: quem o receba o recolha como um dom inestimável, mas nunca como uma obrigação penosa.


Foto: Einstein quando criança.

domingo, 17 de maio de 2009

VIVENDO EM MEIO AS SINGULARIDADES EXISTENCIAIS DA ALMA

Todas as existências que aqui passaram, passam e ainda hão de passar, representam um conjunto de etapas cujo objetivo é unicamente o aprimoramento da índole humana dotada de uma grande inércia em consequencia de um estreitamento mental delimitado pelo fisiologismo cerebral.
Ricos e pobres, sábios senhores e anônimos ilustres, letrados e iletrados, enfim todos têm suas dificuldades da mais variada ordem e magnitude, cujo modo de reagir consiste no diferencial que os irá conduzir ao sucesso ou fracasso da sua missão terrena. É isto mesmo, nenhuma criatura está neste mundo em colônia de férias e portanto existe um "pequeno dever de casa" que devemos página a página, capítulo a capítulo cumprí-lo na integra com o melhor que temos para oferecer. E a pergunta que não quer calar é: O que estamos fazendo do tempo que nos resta?
Há situações e situações, porém a humanidade ainda se encontra cárcere de suas próprias paranóias classificadas como um modelo bem sucedido de uma sociedade civilizada. Neste modelo são negligenciados anseios que transcedem e em muito as necessidades tipicamente materiais ocasionando de tempos em tempos uma inversão de valores onde se prioriza a tomada de vantangens em detrimento de alguns próximos. Resultado, aumento da violência nas diversas esferas das relações humanas pois o homem ainda é pueril no tocante ao conhecimento das propriedades e características da alma da qual encerram em cada um de modo individualizado e único no corpo físico.
É evidente que este conhecimento não irá isentar o homem de seus compromissos com a dor em seu sentido mais amplo, no entanto pode modificar-lhe a forma de enfrentá-la e perceber que este tipo de sentimento pode ser de grande valia no aperfeiçoamento de seu ser, aprendendo a resignar-se e compreendendo que somos muito mais do que corpos físicos a vagar em busca de posses, prazeres diversos e fama, de um lado a outro neste mundo de provas e expiações. Portanto, nunca é demais, manter-se flexível o suficiente e entender que as singularidades (decepções, angústias, desilusões, frustrações,etc) são as nossas melhores, eficazes e seguras ferramentas de lapidação de nossa índole ainda muito embrutecida portando um coração pedregoso cujo amolecimento num nível de sublimidade celeste, necessita invariavelmente de ácidos singulares culo poder de dissociação molecular o faz fragmentar e assim aos poucos passa a expor aquilo que existe de melhor em nós.
Pense nisso!!!!!!!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

QUAL É O PROBLEMA ?

Vivemos em meio a tantas dificuldades que transitam em finanças, emoções mal resolvidas, conflitos interiores, mágoas bem internalizadas, enfim toda uma gama de energias desarmonizantes que nos tiram do nosso norte harmonioso.
Muitos vivem hoje uma existência apática, do tipo viver por viver, sem ter nenhum prazer em nada realizar e acreditam que estão aproveitando a vida como deve ser aproveitada. Longos anos se passam, atravessamos a mais tenra infância até chegar à maturidade comumente chamada de velhice e nesta fase última da vida, convenciona-se que aqueles que heroicamente ali chegaram devem simplesmente se conformar com aquilo que tenham e aguardar a morte lhes recrutar.
Ledo engano! Todas as fases da vida são recheadas de lições tais quais aquelas que vivemos em nossa fase escolar de modo que, estamos sempre em processo de aprendizagem e nada é em vão quando nos dispomos verdadeiramente a aprender, superar maus hábitos, erradicar vícios do corpo e da mente, ou seja, manter-se em atividade ao invés de ser um mero espectador de você mesmo.
Quando as coisas saem erradas ou apresentam solução que demanda uma quota de esforço considerável, dizemos que temos problemas a resolver e na maioria das vezes buscamos deles fugir. Aí está o problema: é a sua fuga! Um olhar cuidadoso e consciencioso perceberá que estes obstáculos são oportunidades raras de crescimento para toda vida e além fronteiras se assim você assimilar a imortalidade da alma. Quanto tempo perdemos com coisas fúteis que nada somam a nossa evolução, muito ao contrário, só retardam o que já está atrasado e aguarda o nosso comando para avançar.
Evidentemente nem tudo está ao nosso alcance, como tudo na vida, nossa capacidade de assimilação envolve um conjunto complexo e diverso de variáveis nas quais desconhecemos quase que por completo e assim não é difícil ocorremos em erros dos mais variados que em alguns casos particulares acreditamos serem acertos declarados. Então, uma vez esgotadas todas as tentativas racionais de solucionar um dado problema ou desafio, a não-solução deste pela sua própria natureza, já se torna a sua solução.